sábado, 18 de outubro de 2008

A (não) política da oposição

A oposição em Portugal não existe. Quando um partido está no governo, a actividade do outro concentra-se em dizer mal do adversário até que os erros assinalados são tantos que os votos das pessoas mudam. Neste campo o PSD é um pouco pior, por razões históricas ou vá-se lá saber porquê (talvez ainda seja o fantasma do Cavaco) o partido é promíscuo em desfazer-se completamente quando não governa, sendo mais que comuns e vergonhosas as batalhas internas. É que não se trata de criticar com fundamento, trata-se mesmo e apenas de dizer mal. Agora a coisa piorou, é que a nova Presidente não fala, remetendo-se a um silêncio idiota ou a ridículas declarações "cortesia da TSF". As pessoas não gostam de quem não diz nada de jeito mas ainda gostam menos de quem não existe. Mas como se ainda não fosse mau o suficiente, a última conferência de imprensa mostrou um PSD dos anos 80: uma sala que parece um quarto de um velho bem conservador e uma fila de gente sisuda. Eu não conheço a Senhora Presidente mas parece-me daquelas pessoas que acham que a imagem não conta. Mas conta e este PSD decrépito com o seu símbolo vintage (a sua primeira medida foi restabelecê-lo) que nos tem sido apresentado consegue ser pior que o pior do governo actual. Não temos nem boa apresentação nem bom conteúdo. Isto é péssimo. Como disse no início, a oposição em Portugal não existe. E toda a gente é melhor contra alguém que dê luta. Sem luta não somos obrigados a melhorar.


João G Torres

2 comentários:

Rik disse...

Acrescento ao que dizes outro factor triste também:
em Portugal, quando n há uma maioria absoluta, em vez de haver discussão e cooperação na Assembleia, existe apenas um bloqueio incondicional de tudo o que o partido da maioria quiser aprovar... é o não governar nem se deixar governar. E deste mal sofrem PS e PSD :\

undertheground disse...

Quando não há maioria absoluta isso acontece é verdade. Mas penso que se não tivesse havido maioria absoluta nas últimas eleições, podia ser que se conseguisse o equilíbrio das contas públicas à mesma mas com menos estragos noutras coisas.