terça-feira, 28 de outubro de 2008

A política dos Estatutos dos Açores

Ninguém sabe do que trata o decreto-lei sobre o estatuto dos Açores. Ninguém sabe, nem ninguém quer saber, lembremos-nos que as recentes eleições houve uma abstenção de mais de 60%. Confesso que me dediquei a tentar encontrar as alterações aos estatutos existentes e cheguei às seguintes conclusões:
  1. Há muito falta de informação nos meios de comunicação social. Uma lei que merece um duplo veto merece atenção redobrada.
  2. Pelo comunicado tão anunciado pelo Presidente da República em Julho e consequentes vetos os Estatutos devem dizer coisas mesmo horriveis do seu cargo.
  3. O PS deve "falar" uma língua e o Cavaco outra. Não é normal termos um Presidente a vetar uma lei, a lei ser alterada e vir de novo um veto.
Por último, podemos dizer, aqui no Continente, que isto não nos diz respeito. Eu acho que diz, eu aho que tudo o que envolva Portugal nos diz respeito. Mas como escreveu Paul Válery (Poeta/Ensaísta/Crítico Francês): "A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem".

João G Torres

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A política dos copos

A gigantesca Norte-Americana 7-Eleven já começou as eleições. Como é hábito levam a cabo umas pseudo-presidenciais em que os apoiantes do voto em branco, de Obama ou de Mccain, escolhem o respectivo copo para beber café. Como seria de esperar, Obama vai à frente e o resultados não costumam falhar. Podem acompanhar o avanço das votações aqui.





Fonte original

João G Torres

sábado, 18 de outubro de 2008

A (não) política da oposição

A oposição em Portugal não existe. Quando um partido está no governo, a actividade do outro concentra-se em dizer mal do adversário até que os erros assinalados são tantos que os votos das pessoas mudam. Neste campo o PSD é um pouco pior, por razões históricas ou vá-se lá saber porquê (talvez ainda seja o fantasma do Cavaco) o partido é promíscuo em desfazer-se completamente quando não governa, sendo mais que comuns e vergonhosas as batalhas internas. É que não se trata de criticar com fundamento, trata-se mesmo e apenas de dizer mal. Agora a coisa piorou, é que a nova Presidente não fala, remetendo-se a um silêncio idiota ou a ridículas declarações "cortesia da TSF". As pessoas não gostam de quem não diz nada de jeito mas ainda gostam menos de quem não existe. Mas como se ainda não fosse mau o suficiente, a última conferência de imprensa mostrou um PSD dos anos 80: uma sala que parece um quarto de um velho bem conservador e uma fila de gente sisuda. Eu não conheço a Senhora Presidente mas parece-me daquelas pessoas que acham que a imagem não conta. Mas conta e este PSD decrépito com o seu símbolo vintage (a sua primeira medida foi restabelecê-lo) que nos tem sido apresentado consegue ser pior que o pior do governo actual. Não temos nem boa apresentação nem bom conteúdo. Isto é péssimo. Como disse no início, a oposição em Portugal não existe. E toda a gente é melhor contra alguém que dê luta. Sem luta não somos obrigados a melhorar.


João G Torres

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A política dos tiros no pé de Mccain

Para estar na política é preciso saber-se jogar. A campanha do Senador Mccain mostrou uma vez mais que não sabe jogar. Sempre que vê uma oportunidade atrira-se de cabeça sem olhar em volta. A história de Joe Canalizador é só mais uma.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A política do casamento

Esteve na ordem do dia a discussão relativa ao projecto-lei do BE e dos Verdes para que se altere a lei relativa ao casamento passando a ser permitido o casamento homossexual. Eu sou a favor. Sou a favor porque não consigo encontrar nenhum motivo legal para que tal não aconteça: não está escrito em nenhum lado que a homossexualidade é uma doença, não está escrito que as pessoas devem ser descriminadas, não está escrito que o propósito do casamento é ter filhos. É importante acrescentar que apesar de ser a favor e de não achar a homossexualidade uma doença, não caio na hipocrisia a que se tem assistido de a considerar "uma opção sexual tão natural como outra qualquer". É que não é como outra qualquer, é diferente. É diferente porque a sociedade a vê como diferente. Aqui reside um ponto importante: deverão as leis servir para moldar uma sociedade ou deverá a sociedade alterar as suas leis apenas quando está preparada para isso? Acho, muito sinceramente, que a sociedade não está actualmente preparada para alterar essa lei, embora o deva fazer o mais rapidamente possível. Porque que é que acho que a sociedade não está preparada? Porque acho que não existe ninguém que nunca tenha feito uma piada maldosa sobre a homossexualidade, mesmo que admita e respeite a opção de quem faz esta "escolha". Outro ponto é que não se deve alterar uma lei sem uma ampla discussão e aqui não houve qualquer discussão, como muito bem disse o PS. Mas não houve apenas por um motivo: porque nenhum dos dois grandes partidos nacionais se dignou a fazê-lo. O PSD porque não é maioritariamente a favor, o PS porque não convinha ao seu governo. Isto já se esqueceram de referir.

João G Torres

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A política das tradições

"A lei às vezes também é para não ser cumprida.", disse, o na altura Presidente Jorge Sampaio, quando se deslocou a Barrancos. Quando é que uma lei não deve ser cumprida? Quando cada pessoa acha? Quando as tradições estão em causa? Quais tradições? Quem o decide? Cabe a cada um de nós? Sei que as coisas não se mudam de um momento para o outro, sei que não é possível uma Assembleia da República legislar de um momento para o outro a proibição de qualquer tradição que de alguma maneira provoque sofrimento, seria bom demais. Mas espero que a lei que existe seja cumprida, nada mais. Quanto ao resto, penso que o tempo vai eliminar certas tradições bárbaras. Ao que parece, o vídeo abaixo não vai passar na televisão portuguesa, incomoda.



João G Torres

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A política, Jed e Obama

O meu primeiro post de opinião não é uma opiniãominha mas concordo com ela quase em pleno, especialmente no que diz respeito à detestável Governadora do Alasca Sarah Palin.
O criador e princialmente argumentista da série West Wing (Os Homens do Presidente), Aaron Sorkin, imaginou uma conversa entre o Presidente Barlet (da série) e o candidato democrata Barack Obama. Para quem conhece a personagem a coisa ganha mais sentido, para quem não conhece penso que continua a ser interessante ler as críticas aos republicanos aqui implícitas. Aqui está o resultado:

Now that he’s finally fired up on the soup-line economy, Barack Obama knows he can’t fade out again. He was eager to talk privately to a Democratic ex-president who could offer more fatherly wisdom — not to mention a surreptitious smoke — and less fraternal rivalry. I called the “West Wing” creator Aaron Sorkin (yes, truly) to get a read-out of the meeting. This is what he wrote:

BARACK OBAMA knocks on the front door of a 300-year-old New Hampshire farmhouse while his Secret Service detail waits in the driveway. The door opens and OBAMA is standing face to face with former President JED BARTLET.

BARTLET Senator.

OBAMA Mr. President.

BARTLET You seem startled.

OBAMA I didn’t expect you to answer the door yourself.

BARTLET I didn’t expect you to be getting beat by John McCain and a Lancôme rep who thinks “The Flintstones” was based on a true story, so let’s call it even.

OBAMA Yes, sir.

BARTLET Come on in.

BARTLET leads OBAMA into his study.

BARTLET That was a hell of a convention.

OBAMA Thank you, I was proud of it.

BARTLET I meant the Republicans. The Us versus Them-a-thon. As a Democrat I was surprised to learn that I don’t like small towns, God, people with jobs or America. I’ve been a little out of touch but is there a mandate that the vice president be skilled at field dressing a moose —

OBAMA Look —

BARTLET — and selling Air Force Two on eBay?

OBAMA Joke all you want, Mr. President, but it worked.

BARTLET Imagine my surprise. What can I do for you, kid?

OBAMA I’m interested in your advice.

BARTLET I can’t give it to you.

OBAMA Why not?

BARTLET I’m supporting McCain.

OBAMA Why?

BARTLET He’s promised to eradicate evil and that was always on my “to do” list.

OBAMA O.K. —

BARTLET And he’s surrounded himself, I think, with the best possible team to get us out of an economic crisis. Why, Sarah Palin just said Fannie Mae and Freddie Mac had “gotten too big and too expensive to the taxpayers.” Can you spot the error in that statement?

OBAMA Yes, Fannie Mae and Freddie Mac aren’t funded by taxpayers.

BARTLET Well, at least they are now. Kind of reminds you of the time Bush said that Social Security wasn’t a government program. He was only off by a little — Social Security is the largest government program.

OBAMA I appreciate your sense of humor, sir, but I really could use your advice.

BARTLET Well, it seems to me your problem is a lot like the problem I had twice.

OBAMA Which was?

BARTLET A huge number of Americans thought I thought I was superior to them.

OBAMA And?

BARTLET I was.

OBAMA I mean, how did you overcome that?

BARTLET I won’t lie to you, being fictional was a big advantage.

OBAMA What do you mean?

BARTLET I’m a fictional president. You’re dreaming right now, Senator.

OBAMA I’m asleep?

BARTLET Yes, and you’re losing a ton of white women.

OBAMA Yes, sir.

BARTLET I mean tons.

OBAMA I understand.

BARTLET I didn’t even think there were that many white women.

OBAMA I see the numbers, sir. What do they want from me?

BARTLET I’ve been married to a white woman for 40 years and I still don’t know what she wants from me.

OBAMA How did you do it?

BARTLET Well, I say I’m sorry a lot.

OBAMA I don’t mean your marriage, sir. I mean how did you get America on your side?

BARTLET There again, I didn’t have to be president of America, I just had to be president of the people who watched “The West Wing.”

OBAMA That would make it easier.

BARTLET You’d do very well on NBC. Thursday nights in the old “ER” time slot with “30 Rock” as your lead-in, you’d get seven, seven-five in the demo with a 20, 22 share — you’d be selling $450,000 minutes.

OBAMA What the hell does that mean?

BARTLET TV talk. I thought you’d be interested.

OBAMA I’m not. They pivoted off the argument that I was inexperienced to the criticism that I’m — wait for it — the Messiah, who, by the way, was a community organizer. When I speak I try to lead with inspiration and aptitude. How is that a liability?

BARTLET Because the idea of American exceptionalism doesn’t extend to Americans being exceptional. If you excelled academically and are able to casually use 690 SAT words then you might as well have the press shoot video of you giving the finger to the Statue of Liberty while the Dixie Chicks sing the University of the Taliban fight song. The people who want English to be the official language of the United States are uncomfortable with their leaders being fluent in it.

OBAMA You’re saying race doesn’t have anything to do with it?

BARTLET I wouldn’t go that far. Brains made me look arrogant but they make you look uppity. Plus, if you had a black daughter —

OBAMA I have two.

BARTLET — who was 17 and pregnant and unmarried and the father was a teenager hoping to launch a rap career with “Thug Life” inked across his chest, you’d come in fifth behind Bob Barr, Ralph Nader and a ficus.

OBAMA You’re not cheering me up.

BARTLET Is that what you came here for?

OBAMA No, but it wouldn’t kill you.

BARTLET Have you tried doing a two-hour special or a really good Christmas show?

OBAMA Sir —

BARTLET Hang on. Home run. Right here. Is there any chance you could get Michelle pregnant before the fall sweeps?

OBAMA The problem is we can’t appear angry. Bush called us the angry left. Did you see anyone in Denver who was angry?

BARTLET Well ... let me think. ...We went to war against the wrong country, Osama bin Laden just celebrated his seventh anniversary of not being caught either dead or alive, my family’s less safe than it was eight years ago, we’ve lost trillions of dollars, millions of jobs, thousands of lives and we lost an entire city due to bad weather. So, you know ... I’m a little angry.

OBAMA What would you do?

BARTLET GET ANGRIER! Call them liars, because that’s what they are. Sarah Palin didn’t say “thanks but no thanks” to the Bridge to Nowhere. She just said “Thanks.” You were raised by a single mother on food stamps — where does a guy with eight houses who was legacied into Annapolis get off calling you an elitist? And by the way, if you do nothing else, take that word back. Elite is a good word, it means well above average. I’d ask them what their problem is with excellence. While you’re at it, I want the word “patriot” back. McCain can say that the transcendent issue of our time is the spread of Islamic fanaticism or he can choose a running mate who doesn’t know the Bush doctrine from the Monroe Doctrine, but he can’t do both at the same time and call it patriotic. They have to lie — the truth isn’t their friend right now. Get angry. Mock them mercilessly; they’ve earned it. McCain decried agents of intolerance, then chose a running mate who had to ask if she was allowed to ban books from a public library. It’s not bad enough she thinks the planet Earth was created in six days 6,000 years ago complete with a man, a woman and a talking snake, she wants schools to teach the rest of our kids to deny geology, anthropology, archaeology and common sense too? It’s not bad enough she’s forcing her own daughter into a loveless marriage to a teenage hood, she wants the rest of us to guide our daughters in that direction too? It’s not enough that a woman shouldn’t have the right to choose, it should be the law of the land that she has to carry and deliver her rapist’s baby too? I don’t know whether or not Governor Palin has the tenacity of a pit bull, but I know for sure she’s got the qualifications of one. And you’re worried about seeming angry? You could eat their lunch, make them cry and tell their mamas about it and God himself would call it restrained. There are times when you are simply required to be impolite. There are times when condescension is called for!

OBAMA Good to get that off your chest?

BARTLET Am I keeping you from something?

OBAMA Well, it’s not as if I didn’t know all of that and it took you like 20 minutes to say.

BARTLET I know, I have a problem, but admitting it is the first step.

OBAMA What’s the second step?

BARTLET I don’t care.

OBAMA So what about hope? Chuck it for outrage and put-downs?

BARTLET No. You’re elite, you can do both. Four weeks ago you had the best week of your campaign, followed — granted, inexplicably — by the worst week of your campaign. And you’re still in a statistical dead heat. You’re a 47-year-old black man with a foreign-sounding name who went to Harvard and thinks devotion to your country and lapel pins aren’t the same thing and you’re in a statistical tie with a war hero and a Cinemax heroine. To these aged eyes, Senator, that’s what progress looks like. You guys got four debates. Get out of my house and go back to work.

OBAMA Wait, what is it you always used to say? When you hit a bump on the show and your people were down and frustrated? You’d give them a pep talk and then you’d always end it with something. What was it ...?

BARTLET “Break’s over.”

E agora acrescento eu:

BARTLET “What's next?.”

Original aqui: http://www.nytimes.com/2008/09/21/opinion/21dowd-sorkin.html?_r=4&em&oref=slogin&oref=slogin&oref=slogin&oref=slogin

Obrigado à Ana pela divulgação, para ti todas as alvísseras e créditos!

João G Torres

sábado, 4 de outubro de 2008

Política

Sempre gostei de política. Sempre me fascinou uma coisa acerca da política: a governação, o poder de fazer bem. Claro que esse bem é relativo, ou melhor, o "melhor" bem é relativo. Para uns é mais importante a educação, para outros a saúde, para outros a economia, e mais haveria. Existem até aqueles para quem a liberdade não é uma prioridade, aceitando ceder parte da sua em prol de um bem considerado maior. Cada um tem as suas visões políticas.

Nos meus outros blogs muitas vezes abstive-me de dar opiniões politicas, concentrei-me muitas vezes em assuntos mais ligeiros mas são inúmeras as vezes em que me apetecia escrever. É então essa a ideia deste blog: escrever sobre as minhas visões políticas. O que pretendo com ele? Onde queria que chegasse? É simples... Gostava que gerasse alguma discussão. Se assim não for pelo menos as ideias não ficaram apenas cá dentro.

João G Torres